O AGRONEGÓCIO CATARINENSE: COMPLIANCE E GOVERNANÇA

O AGRONEGÓCIO CATARINENSE: COMPLIANCE E GOVERNANÇA

O setor que gera em torno de 30% do emprego da população economicamente ativa do país, e que tem uma capacidade imensa de produção, principalmente pelo solo fértil e pelo clima favorável, ganha novos ares com o acordo Mercosul e União Européia.

Depois de 20 (vinte) anos de discussões, foi firmado o acordo entre Mercosul e União Europeia, durante a 14ª Cúpula do G20, em Bruxelas.

O acordo entre Mercosul e União Europeia, que prevê a retirada e redução das tarifas impostas na exportação de produtos agrícolas, abre portas para o Brasil aumentar o volume de exportações agropecuárias, como as carnes bovina, suína e de frango.

Atualmente, das dez economias do mundo, o Brasil tem a menor participação no mercado internacional, comparativamente a países com PIBs equivalentes, como Itália e Canadá.

O acordo entre Mercosul e União Europeia, sem dúvida, por suas disposições, implicará em acesso mais competitivo para os produtos brasileiros e, consequentemente, aos produtos catarinenses no setor a um mercado consumidor de 500 milhões de pessoas, que responde por mais de 21% da economia mundial, segundo reportagem da Gazeta do Povo.

Por sua vez, o agronegócio brasileiro está no foco das discussões ambientais, em face de denúncias de desmatamento e de queimadas.

O setor precisa cumprir o acordo entre Mercosul e União Europeia para garantir a continuidade das relações comerciais.

A Europa pode frear os costumeiros bilhões em importação de comodities. No primeiro semestre deste ano foram exportados 12 bilhões de dólares. Irlanda e França ameaçam não assinar o acordo de livre comércio com o Mercosul, a segunda maior varejista de moda do mundo parou de comprar couro brasileiro devido a queimadas na Amazônia, a ministra de meio ambiente da Alemanha defendeu mudanças no texto para pressionar o Brasil a dar garantias de proteção a nossa floresta.

De acordo com os números divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) em seis meses, o estado embarcou 1,04 milhão de toneladas de carnes, ovos e produtos apícolas, gerando receitas de US$ 1,84 bilhão. O valor corresponde a 58,7% do total das exportações do agronegócio e por 40,8% da pauta de exportações catarinenses. A carne de frango respondeu por 24% das exportações catarinense e, a carne suína, 8%.

As vendas de frango aumentaram 58% e, de suínos, 43%. Boa parte desse crescimento foi puxado pelas compras de carne da China, que teve problemas com a peste suína e perdeu parte de seu plantel. Por isso precisou importar mais proteína. Outros países também afetados pela peste, como Vietnã, também aumentaram as compras.

Os embarques de madeira, móveis, papel e celulose tiveram um faturamento de US$ 708,9 milhões, 3,5% a mais do que no mesmo período de 2018. O setor responde por 15,7% das exportações catarinenses e por 22,5% do faturamento com as exportações do agro.

Já os produtos de origem vegetal tiveram queda nas receitas em relação ao primeiro semestre do ano passado. Os embarques de grãos, frutas e tabaco responderam por 13,2% das exportações catarinenses em 2019, faturando mais de US$ 595,1 milhões.

Ainda neste desdobramento a gigante Nestlé reavalia compras de fornecedores de carne e cacau da Amazônia, o motivo declarado, é que não querem atrelar sua marca a destruição da Amazônia. Em uma explanação técnica, afirmou que a empresa iria tomar ações corretivas se flagrar fornecedores violando seus padrões.

Uma empresa norte americana também se manifestou a respeito, trata-se de uma fabricante de caçados e acessórios em couro, informou que não comprará mais matéria prima do Brasil por questionamentos sobre o respeito ao meio ambiente na cadeia de produção. De outro lado, o governo brasileiro adota medidas ambientais que preveem corte orçamentário para 2020, nisso coloca-se em questionamento que tais ações podem enfraquecer mais o combate a incêndios.

Cresce o compromisso do agronegócio, nesse contexto, com os processos padronizados em toda a cadeia produtiva. O Agronegócio não merece ser considerado o vilão da situação, porquanto o cenário que se apresenta é de que possivelmente, caso o setor não tome providências efetivas, poderá ser vítima do contexto de degradação ambiental do país, perdendo significativamente.

Em pronunciamento no dia 16 de junho de 2020, a própria ministra da Agricultura Tereza Cristina disse que o agronegócio não pode ser culpado pelas queimadas na Amazônia, e que não seria justo sofrer com eventuais barreiras comerciais aos produtos agrícolas brasileiros.

A hora é esta! Somente o caminho da governança corporativa e do Compliance, com a devida conformação da atividade com os dispositivos legais internos e às novas exigências mundiais gerará segurança que o processo de exportação de produtos do agro requer, garantindo-se o acesso aos mercados estrangeiros.

Fontes:

http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/agricultura-e-pecuaria/19,0,4112617,Por-que-o-agronegocio-e-tao-importante-para-a-economia-do-Brasil.html

 

https://www.obomdanoticia.com.br/artigos/agrocompliance-e desmatamento/20980?fbclid=IwAR0R9E3HzfCpvqsBTPxO7HZD0Cay1BRJYkxEznUQpwj4JfoWpaoNOpBGKfs

https://www.nsctotal.com.br/noticias/agronegocio-responde-por-70-das-exportacoes-de-santa-catarina

 

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